O desenho de observação desperta o olhar mais atento para o mundo que nos rodeia. Costuma-se dizer que, desenhar por meio da observação é "aprender a ver". E consinto com essa afirmativa, pois ao observar - para representar graficamente em um suporte - é preciso mais que olhar. É preciso analisar, concentrar-se nas direções que as linhas de contorno do objeto a ser desenhado possui, em suas dimensões, proporções em relação ao contexto em que está inserido, forma, textura...etc. Isso é realmente "aprender a ver". E esse aprendizado surpreende mesmo os "mais vividos", pois possibilita identificar aspectos e elementos que antes lhes passavam despercebidos,ou lhes eram indiferentes. Enriquece, com isso, o acervo de detalhes que o mundo e a vida em nosso entorno nos oferece constante e ininterruptamente e que tantas emoções promovem. Nos faz mais sensíveis e consequentemente mais aptos a valorizar e preservar todo e qualquer patrimonio, seja ele natural ou produzido pela cultura humana.
Desenho de observação é parte importante do processo de formação do artista, mas é mais do que isso, pois é parte da formação consciente de qualquer sujeito para habilitá-lo a uma ampla leitura do mundo em que vive.
Mas, há que destacar-se que o desenho de observação não significa propriamente o uso de regras, medidas e padrões rígidos, como os sistematizados na época do Renascimento ainda que não devam ser totalmente descartados. O uso rígido uso dessas regras impede o desenhista de expressar suas características pessoais que haverá de diferenciar seu desenhos dos demais. Cada individuo possui uma identidade própria que é única e como tal deve ser refletida em todas as suas manfestações, ou seja, em qualquer linguagem (desenho, pintura, escultura, escrita...etc.). Uma mostra dessa indvidualidade é também a caligrafia de cada um. Somos, muitas vezes reconhecidos pela "nossa letra", não é mesmo? O alfabeto é o mesmo que todos usamos, mas sua representaçào no papel possui características bem individuais. O uso de regras técnicas rígidas, formata os desenhos em padrões igualando-os todos em detrimento das caracterisiticas individuais. Essas regras podem ser conhecidas e usadas apenas para orientar a construção das figuras, mas, sem que tire a liberdade de expressão individual.
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